“Janeiro de 2009, a crise econômica mostrava sua face mais opressiva no EUA. Aonde quer que se fosse, viam-se lojas e empresas fechando e o temor pairava no ar. E no meio dessa situação estava Roberta Dyer, dona da Broodway Books, uma pequena livraria do bairro de Portland, que da maneira mais inusitada conseguiu sobreviver meio à turbulência.”
Há 17 anos, Roberta enfrentava o desafio de manter uma livraria aberta, mesmo diante de grandes franquias e livrarias on-line. Mas foi em 8 de dezembro de 2008 que tudo começou. Normalmente, o ultimo trimestre são os de maior receita para a Broodway Books, chegando a representar 25% das suas vendas anuais, no entanto, naquele ano via-se pilhas e mais pilhas de livros não vendidos, confirmando assim o temor de Roberta, que aquele período negro não passaria tão cedo e seria necessário fechar a loja de vez.
Foi então que, ao saber das dificuldades que a mãe estava enfrentando, Aaron, filho de Roberta que morava na Califórnia, se comoveu e resolveu fazer algo para ajudá-la. Entrou no twitter e escreveu: “Se você estiver em Portland pode me fazer um favor? Compre um livro na Broodway Books e eu lhe pagarei um burrito” (Era uma forma mais simpática do que dizer que lhes daria US$ 5), depois entrou no seu blog, http://everydaydude.blogspot.com/ , que recebia em média 20 acessos por mês, e postou toda a história da livraria e escreveu: “Estarei na cidade de 15 a 19 de janeiro. Apareça no Cha Cha Cha, no dia 16 as 18h com uma nota fiscal da Broodway Books de mais de US$ 50 e lhe pagarei um burrito” e achou que por mais altruísta que fosse sua tentativa, ela não passaria além de seus amigos mais íntimos... Mas quando retornou ao twitter, sua mensagem havia sido retwitada 30 vezes e nos 3 dias seguintes seu blog recebeu 60 acessos. Não se sabe como, mas nos escritórios da Nike e da Adidas em Portland, os funcionários receberam um e-mail que os direcionava ao blog de Aaron e um dia após a publicação no blog, a Broodway Books vendeu 12 livros a mais que na mesma data no ano anterior e o crescimento de vendas se manteve.
Em 15 de dezembro veio a primeira tempestade de neve, echegou derrubando troncos de árvores, fios elétricos e fechando ruas. Roberta pensou que era fim, ninguém mais iria comprar na sua loja, mas ela se enganou... Devido a tempestade, as entregas da Amazon e de outras livrarias on-line atrasaram e como era difícil dirigir nas ruas, as pessoas se voltaram a antiga livraria do bairro. Ao fechar as contas naquele mesmo ano que havia sido de temores, tristezas e incertezas, viu-se que foi o ano de maior venda da história da livraria. Só faltava uma coisa... Aaron manter sua palavra e pagar os burritos. No dia 16 de Janeiro, na porta do Cha Cha Cha, via-se inúmeros repórteres, e Aaron, ao lado de sua mãe, pagou 80 burritos numa festa animada televisionada pelos jornais locais. Passado as férias, ao voltar para o trabalho, Aaron foi chamado a sala do presidente da empresa e pensou consigo mesmo: “Ele vai dizer que passei tempo demais nesse projeto da livraria ao invés de trabalhar e vai me demitir...”, mas ao contrario do que ele esperava, o presidente lhe deu os parabéns e disse ter ficado impressionado com a história, então lhe deu um aumento e o direcionou ao departamento de marketing.
Muitas vezes acreditamos que nossas boas ações não vistas ou mesmo recompensadas, mas foi o amor de Aron e a vontade de ajudar sua mãe que fez dessa história um sucesso.
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